FACES DE POETA

AS VEZES POSSO ME ENCHERGAR NA LUA,

DEFINIR-ME EM SUAS FASES.

SE SOU DE FASE? SIM, CLARO QUE SIM.

HOJE SOU SAUDADE,

AMANHA POSSO SER: AMOR, ALEGRIA, TRISTEZA

ONTEM, ONTEM FUI DUVIDA...

NUNCA SEI O QUE POSSO SER.

NÃO SOU EU QUE ME DEFINO,

MAIS AS CIRCUSTÂNCIAS EM QUE ME ENCONTRO.

SE FUI SABIA AS oito, AS nove, POSSO SER TOTALMENTE OPOSTA...

NÃO ME LIMITO A MERAS DEFINIÇÕES,

NEM AS QUE TENTO FAZER, NEM AS ALHEIAS.

POUCO IMPORTA...

SE HOJE QUERO SER O POETA, AQUELE QUE FINGE

OU SIMPLESMENTE O DA CURIOSIDADE AGUDA

CAPAZ DE DESCOBRIR E CATAR O MINIMO E O ESCONDIDO...

OU O POETA SAUDOSO, DA INFANCIA QUERIDA, QUEM O TEMPO JÁ NÃO VOLTA MAIS...

OU O POETA PRESO DENTRO DOS SEUS EUS,

TÃO GRANDE, PARA UM MUNDO TÃO PEQUENO,

QUE SE SENTE INCAPAZ DE SE PERSONIFICAR EM APENAS UM,

E ACABA POR CRIAR SEUS HETERONIMOS.

OU AUQUELE POETA CONFUSO, PRESO EM SEU LABIRINTO

QUE NÃO CONSEGUE ENCOTRAR A SAIDA.

POSSO SER O POETA INTELIGENTE, REALISTA, QUE VER A VIDA COMO ELA É,

O POETA DA RAZÃO E NÃO DA EMOÇÃO.

OU AQUELE POETA MENINO, TRAVESSO, BRINCALHÃO, ATRAPALHADO...

O POETA INCAPAZ DE VIVER NESTE MUNDO DE COMPETIÇOES E SOFRIMENTOS.

E ATÉ MESMO O QUE PENSA QUE PODE MUDAR TUDO.

POSSO SER TODOS ESTES EM APENAS UM MINUTO,

OU NENHUM DELES.

AGORA SOU O QUE ESCREVE, DESCREVE...

NESTANTE, NÃO SEI.